domingo, 20 de novembro de 2016






















Família Real Portuguesa

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Brasões das Famílias Portuguesas 
nas diferentes páginas de    A  a  Z

Brasão de Armas ou, simplesmente, brasão, na tradição europeia medieval, é um desenho especificamente criado - obedecendo às leis da heráldica - com a finalidade de identificar indivíduos, famílias, clãs, corporações, cidades, regiões e nações. O desenho de um brasão é normalmente colocado num suporte em forma de escudo que representa a arma de defesa homónima usada pelos guerreiros medievais. No entanto, o desenho pode ser representado sobre outros suportes, como bandeiras, vestuário, elementos arquitectónicos, mobiliário, objectos pessoais, etc..
Era comum, sobretudo nos séculos XIV e XV, os brasões serem pintados ou cosidos sobre as cotas de malha, o vestuário de proteção usado pelos homens de armas. Por isso, os brasões também são, ocasionalmente, designados por cotas de armas.
Em sentido restrito, o termo brasão refere-se apenas à descrição do desenho inserido no escudo de armas. No entanto, em sentido lato, pode designar-se por brasão a descrição do conjunto das armas, incluindo, além do escudo, os elementos exteriores (coronel, timbre, virol, paquifes, etc.). Por extensão, o termo brasão, passou a aplicar-se não só à descrição, mas, também ao próprio objecto descrito: o escudo ou o conjunto armorial completo.
Não se sabe, com rigor, quando é que esta prática teve início. O campo de estudo dos brasões denomina-se heráldica. Os brasões não eram fornecidos ao acaso para as pessoas. Tiveram as suas origens em actos de coragem e bravura efetuados por grandes cavaleiros. Era uma maneira de os homenagear e às suas famílias. Com o passar do tempo, como era um ícone de status, passou a ser conferido a famílias nobres no intuito de identificar o grau social delas, assim sendo, somente os heróis ou a nobreza possuíam tal ícone e o poderiam transmitir a seus descendentes.

A partir do século XIX, com a ascensão ao poder da burguesia e o declínio da aristocracia, o brasão foi perdendo a sua importância. No século XX o brasão renasceu, mas, desta vez, aplicado na simbologia de municípios, corporações, estados e outras entidades colectivas. De observar que, desde o século XIX, por tradição, muitas dessas entidades chamaram "brasões" aos seus emblemas distintivos. No entanto, trata-se de emblemas e não propriamente brasões, já que, apesar da denominação formal de "brasão", não obedecem às regras da heráldica. Atualmente é frequente o uso de brasões como símbolo de freguesias, município ou regiões, que têm sua bandeira, onde normalmente figura um Brasão. Associações, clubes (especialmente clubes de futebol), empresas e mesmo pessoas físicas continuam a usar brasões de armas como elemento gráfico de identificação.

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Tipos de brasões

Os brasões podem dividir-se em diferentes classes, segundo as entidades que representam.
 A classificação básica, divide-os em duas classes:

Brasões simples: representam uma única entidade;

Brasões compostos: combinam dois ou mais brasões, cada qual representando uma entidade diferente.

Os brasões também podem ser classificados segundo a categoria da entidade que representam:

Brasões: representam um monarca ou um estado soberano;

Brasões de titulares: representam o titular de um cargo ou de uma honra;
Brasões de família: representam, em sentido restrito, o chefe de uma família e, em sentido lato, o conjunto da família;
Brasões eclesiásticos: representam um titular eclesiástico ou uma entidade colectiva religiosa;
Brasões corporativos: representam uma entidade colectiva moral, tanto civil como militar;
Brasões de domínio: representam uma entidade territorial não soberana.

Além disso, os brasões ainda podem ser classificados segundo as suas características ou o seu historial:

Brasões assumidos: assumidos pela própria entidade que representam, ao invés de terem sido concedidos por uma autoridade superior.
Brasões acrescentados: ao desenho dos quais foram acrescentadas peças honrosas ou feitas outras alterações, como forma de recompensa da entidade que representam;
Brasões a inquirir: que infringem, propositadamente, uma ou mais regras da heráldica, como forma de significar algo que deve ser inquirido;
Emblemas, insígnias, marcas ou distintivos de entidades não são brasões de armas quando não se enquadrarem nos critérios da heráldica.

Os brasões também podem ser classificados ainda quanto:

Estilo de Coroa mural: aldeia, vila, cidade e cidade capital;
Forma de seus elementos fundamentais - os escudos: francês antigo, francês moderno, somático ou samnítico, oval (feminino; mulheres casadas), losangos (feminino; mulheres solteiras; símbolo da virgindade), de torneio ou bandeira, italiano, suíço, inglês, alemão, polaco, espanhol, português e da Flandres e formas diversas;

Tipos de suporte: apoios, sóstenes, suportes e tenentes.

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Elementos de um brasão


Elementos constituintes de um brasão de armas

Brasões ou armas têm como elemento fundamental o escudo, que contém o desenho fundamental do brasão.
Os restantes elementos são os chamados elementos exteriores, que incluem:
Grito de guerra ou grito de armas: é uma palavra ou frase curta (interjeição) de incentivo ao combate ou à acção. Normalmente, é colocado num listel, sobre o conjunto das armas;
Timbre: representa os emblemas que os cavaleiros colocavam no topo dos seus elmos, para melhor serem identificados nos torneios. O timbre é colocado sobre o virol e, ao contrário das figuras inseridas no escudo, pode ser figurado de forma naturalista;
Coroa ou Coronel: representa a categoria da entidade representada pelo brasão. É chamada de coroa, se corresponde a uma entidade com soberania e coronel, nos restantes casos. Conforme o país ou a representação artística do brasão, a coroa ou coronel pode figurar sobre o elmo, sobre o pavilhão ou manto, ou, directamente sobre o escudo;
Virol: é a reprodução da fita que amarrava o timbre ao elmo. Representa-se com duas cordas entrelaçadas, uma da cor do metal principal do escudo e a outra da cor do esmalte principal;
Elmo: é a reprodução dos elmos dos cavaleiros. Na heráldica de alguns países a cor, o formato e a posição do elmo, indica o estatuto da entidade representada;
Paquifes: são a reprodução do tecido que alguns cavaleiros colocavam sobre os elmos, para se protegerem do calor. São, normalmente representados com duas cores, uma a do metal principal do escudo e, a outra, a do esmalte principal;
Pavilhão: representa um pavilhão ou tenda de campanha medieval. É, normalmente, representado a envolver o escudo e outros dos seus elementos exteriores, tendo, no seu topo a coroa correspondente à entidade representada;
Manto: representa a peça de vestuário homónima, que cobre, simbolicamente um soberano ou alto membro da nobreza. Normalmente, envolve o escudo, tendo, no seu topo, a coroa ou coronel correspondente à entidade representada;
Suportes ou Tenentes: são figuras que suportam o escudo. São chamados tenentes se representam seres humanos e suportes, nos restantes casos. Normalmente são representados aos pares, um de cada lado do escudo. Ocasionalmente pode ser representado apenas um, atrás do escudo;
Insígnias: representam o cargo que uma pessoa representada pelo brasão detém. É comum representá-los como dois objectos cruzados atrás do escudo;
Troféus: são a reprodução de objectos, geralmente armas e bandeiras, para significar feitos militares. São, normalmente colocados atrás do escudo;
Condecorações: são a reprodução das insígnias das condecorações que, a entidade representada, detém. São colocadas em colares à volta do escudo, pendentes do mesmo ou, caso sejam cruzes, atrás do escudo, apenas com as pontas aparentes;
Divisa: é o lema da entidade representada. É colocado num listel, sob o escudo.
De observar que o único elemento obrigatório de um brasão de armas é o seu escudo. Independentemente de terem sido atribuídos elementos exteriores a um brasão, este pode ser representado apenas pelo seu escudo, ou até, pelo desenho incluído no escudo, colocado sobre outro tipo de suporte.

Por outro lado, em certas representações artísticas de um brasão de armas, podem-lhe ser acrescentados certos elementos exteriores que não lhe tenham sido, formalmente, atribuídos. É o caso, por exemplo, dos suportes e dos tenentes, colocados em certos brasões apenas como decoração.

Já outros elementos exteriores, só podem ser colocados na representação de um brasão, no caso de terem sido, formalmente atribuídos ao titular do mesmo. É o caso, por exemplo, das coroas e dos coroneis.

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Organização do Escudo


Ao descrever-se a organização de um escudo, deve ter-se em conta que ele é descrito pelo ponto de vista do, suposto, portador do escudo. 
Assim, por convenção a direita (ou dextra) do escudo é a esquerda de quem o olha de frente. 
Igualmente a esquerda (ou sinistra) do escudo é a direita em relação ao observador frontal.


Pontos do escudo

O escudo organiza-se em 9 zonas fundamentais, chamadas pontos:


    







    1 -      Cantão direito do chefe;
    2 -      Ponto do chefe ou, simplesmente, chefe;
    3 -      Cantão esquerdo do chefe;
    4 -      Ponto do flanco direito, ou, simplesmente flanco direito;
    5 -      Ponto do centro, coração ou abismo;
    6 -      Ponto do flanco esquerdo, ou, simplesmente flanco esquerdo;
    7 -      Cantão direito da ponta;
    8 -      Ponto da ponta ou, simplesmente ponta;
9  9 -      Cantão esquerdo da ponta.

Adicionalmente existem:








Ponto de honra (H) e Umbigo (N).

Os pontos podem ainda agrupar-se, formando quatro partes:

Chefe (por extensão) - agrupando os pontos 1, 2 e 3,
Flanco direito (por extensão) - agrupando os pontos 1, 4 e 7,
Flanco esquerdo (por extensão) - agrupando os pontos 3, 6 e 9
e
Ponta (por extensão) - agrupando os pontos 7, 8 e 9.

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Partições e subpartições do escudo



O escudo pode ser subdividido em partições obtidas através de quatro traços principais, correspondentes aos golpes de espada que lhe podiam ser desferidos:

1- Partido: traço vertical, de cima a baixo do escudo;
2- Cortado: traço horizontal, do flanco direito ao esquerdo do escudo;
3- Fendido: traço diagonal, descendo do canto direito até ao esquerdo do escudo;
4- Talhado: traço diagonal, descendo do canto esquerdo até ao direito do escudo.

Repetindo a mesma ou combinando várias das partições, pode obter-se um sem número de subpartições, bem como peças de honra, obtidas a partir daquelas.

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fontes
in:    wikipedia